A leitura é complexa. Requer que nosso cérebro conecte letras a sons, coloque esses sons na ordem correta e juntem as palavras em frases e parágrafos que possamos ler e compreender.
A dislexia é um transtorno específico de aprendizagem reconhecido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB – Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996). Ela ocorre em aproximadamente 4% da população brasileira, o que, segundo o Censo do IBGE de 2010, equivale a 7,8 milhões de pessoas.
Nesse artigo descreverei o que é a dislexia, o diagnóstico e intervenções necessárias.
Afinal, o que é Dislexia?
A dislexia é uma condição neurobiológica ligada a leitura e escrita. Normalmente os primeiros sinais de que algo não vai bem aparecem na infância, ficando mais evidente no início da alfabetização.
Esse transtorno de aprendizagem é causado por alterações neurológicas, que podem ser relacionadas à origem genética. Ela dificulta a aprendizagem, mas não impede que aconteça. Em diferentes graus, os portadores desse distúrbio não conseguem estabelecer a memória fonêmica, isto é, associar os fonemas às letras.
Com a defasagem na habilidade de consciência fonêmica os disléxicos fazem uma leitura não fluente com erros de reconhecimento de palavras e ortográficos na escrita, troca de letras e sílabas, dificuldade em reconhecer rimas e aliterações, além de terem problemas em compreender os textos.
As crianças com dislexia também podem ter prejuízos na matemática pela dificuldade em usar e compreender símbolos, palavras e interpretar os enunciados dos problemas.
Por isso, quanto antes o diagnóstico é feito, mais rápido medidas são tomadas a fim de minimizar os danos decorrentes do transtorno.
Como o Diagnóstico é Feito?
A criança deve ser encaminhada por uma equipe multidisciplinar constituída por um psicólogo, psicopedagogo, neuropediatra e fonoaudiólogo. Essa equipe fará uma investigação completa e em conjunto para confirmar ou não a hipótese para dislexia.
É importante salientar que a dislexia não é uma doença, por isso não tem cura e nem prescrição medicamentosa. Uma intervenção psicopedagógica pode ajudar a traçar estratégias de ensino para crianças e adolescentes com esse distúrbio. Esse profissional também atuará na orientação dos professores, levando estratégias para a sala de aula e da família.
Quais São essas Estratégias?
Pessoas com dislexia têm inteligência normal. A maioria das crianças com dislexia pode ter sucesso na escola com um programa de educação especializada. O apoio emocional também desempenha um papel importante.
Em sala de aula é importante dar as instruções oralmente das atividades e verificar se o aluno entendeu o que se pede, diminuir as informações dos textos e destacar as mais importantes, deixar que faça uso de dicionário ou aplicativo para correção ortográfica.
Estender prazos e tempo para um trabalho ou avaliação, não exigir que a criança leia em voz alta, evite penalizações por erro de ortografia ou forneça uma nota separada para o conteúdo e outra para a ortografia, são algumas das estratégias que podem ser feitas .
Quanto antes for feito o diagnóstico, mais cedo se dá início às atividades interventivas no intuito de minimizar o impacto na vida escolar do estudante. A escola nunca dará conta sozinha de fazer as adaptações necessárias. Procure um profissional especializado.
Psicopedagoga Moema – Carolina Burd
A psicopedagogia é um campo de atuação em educação e saúde que se ocupa do processo de aprendizagem considerando os aspectos, biológicos, emocionais, familiares e escolares.